February 20, 2025
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Rompimento de barragem em garimpo ilegal polui rios no Amapá

Rompimento de barragem em garimpo ilegal polui rios no Amapá

Desastre Ambiental no Amapá: Rompimento de Barragem de Garimpo Ilegal

O Brasil enfrenta mais um desafio ambiental após o rompimento de uma barragem de garimpo ilegal nos municípios de Pedra Branca do Amapari e Porto Grande, no Amapá. Este desastre resultou no despejo de resíduos nos rios Cupixi e Araguari, comprometendo a qualidade da água e ameaçando a saúde dos habitantes locais.

Impacto Ambiental e Preocupação dos Moradores

A lama contaminada alterou drasticamente a coloração da água, alarmando a comunidade. Uma residente local gravou um vídeo logo após o ocorrido, manifestando sua preocupação: “O Rio Cupixi está pedindo socorro! A situação aqui está crítica. Olha só a cor da água! Antes era cristalina e agora está assim.”

Conforme informações do governo estadual, a barragem desmoronou após uma implosão de terra em uma área de difícil acesso, intensificada pelas fortes chuvas. O incidente ocorreu na última terça-feira (11/2), e os resíduos escorreram para um igarapé que desemboca no Rio Cupixi, com temor de que a contaminação chegasse ao Rio Araguari, um dos principais cursos d’água do estado.

Garimpo Ilegal e Impacto Econômico

A Polícia Federal observou um aumento significativo na atividade de garimpo ilegal no Amapá nos últimos anos. Dados indicam que, em quatro anos, foram extraídas clandestinamente cerca de duas toneladas de ouro, um volume equivalente a R$ 642 milhões. A área explorada pelo maior garimpo ilegal do estado expandiu-se em aproximadamente 4,2 mil hectares, o que equivale a 4,2 mil campos de futebol.

Os garimpeiros utilizavam a barragem para conter os rejeitos da extração de ouro. Após o rompimento, os responsáveis fugiram, abandonando todo o material contaminante, agravando ainda mais os danos ambientais.

Medidas e Investigações

No último sábado (15), o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, visitou Porto Grande acompanhado por autoridades estaduais e municipais para avaliar os impactos do desastre. Dada a gravidade da situação, a Secretaria Nacional de Defesa Civil (SEDEC) reconheceu o estado de emergência nos municípios de Pedra Branca do Amapari, Porto Grande, Ferreira Gomes e Cutias do Araguari.

Além disso, a Polícia Científica do Amapá já iniciou a coleta de amostras de água para avaliar os níveis de contaminação, enquanto as Polícias Civil e Federal abriram inquérito para investigar a origem e os responsáveis pelo dano ambiental. Este caso reacende o debate sobre o avanço do garimpo ilegal na Amazônia e a necessidade de maior fiscalização e punição para crimes ambientais.

Silêncio do Governo Federal

Apesar da gravidade do incidente, o rompimento da barragem não foi mencionado durante a visita do presidente Lula e do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) a Macapá, dois dias após o desastre. Na ocasião, as autoridades inauguraram obras e discutiram a exploração de combustíveis fósseis pela Petrobras na foz do Amazonas, sem mencionar a catástrofe ambiental em andamento no estado.

A omissão do governo em relação ao desastre ambiental levanta questionamentos sobre as prioridades da administração federal e estadual diante da crescente devastação causada pelo garimpo ilegal na região amazônica.

Fonte: https://cm7brasil.com/noticias/brasil/barragem-de-garimpo-ilegal-se-rompe-e-contamina-rios-do-amapa/

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