Presa mulher conhecida como “Japa do PCC” por movimentar R$ 35 milhões e levar vida de luxo após falecimento do marido
No Brasil, o Ministério Público de São Paulo levantou suspeitas sobre Karen de Moura Tanaka Mori, mais conhecida como a Japa, de 37 anos, por ter supostamente movimentado uma quantia astronômica de R$ 35 milhões logo após o falecimento de seu marido, Wagner Ferreira da Silva, conhecido no meio do crime como Cabelo Duro. Cabelo Duro, que era um ex-líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), sofreu uma emboscada fatal em 2018. A Japa, que leva uma vida de alto padrão com propriedades luxuosas e viagens frequentes ao exterior, está sob investigação por possivelmente herdar ativos não declarados do marido, além de estar envolvida em uma operação de lavagem de dinheiro para a facção criminosa nas cidades de Santos, Cubatão, Guarujá, e na metrópole de São Paulo. Ela defende sua inocência quanto às acusações.
Durante uma operação em que foi cumprido um mandado de busca e apreensão em seu suntuoso apartamento localizado no Jardim Anália Franco, um bairro nobre da zona leste paulistana, em 8 de fevereiro, Karen foi detida preventivamente. As autoridades encontraram no local duas malas contendo R$ 1.039.600 em espécie e aproximadamente 50 mil dólares (cerca de R$ 250 mil). Documentos diversos, um celular modelo Iphone 14 e um veículo Audi Q3, registrado nome da tia de Karen e localizado na garagem do edifício, também foram apreendidos. Após duas semanas, ela obteve permissão para ser transferida para prisão domiciliar, monitorada por uma tornozeleira eletrônica.
Na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, no litoral paulista, os investigadores inspecionaram ainda outra residência de luxo ligada à Karen, apelidada de Japa do PCC. Esta propriedade dispõe de comodidades como varanda, piscina e churrasqueira. Em seu depoimento, Karen se apresentou como uma empresária bem-sucedida, confirmando que realizava várias viagens internacionais por ano, tendo como destinos favoritos Cancún, nos Estados Unidos e na Argentina.
Outro endereço investigado está associado à KK Participações, uma empresa criada por Karen e seu irmão na Vila Nova Conceição, zona sul de São Paulo, logo após a morte de Cabelo Duro em 2018. Segundo o MPSP, a partir dessa iniciativa, Karen passou a administrar os bens deixados por Cabelo Duro, utilizando a empresa como fachada para esconder os proventos advindos de atividades ilícitas.
Perante a Justiça paulista, o MPSP articulou que Karen assumiu o comando dos ativos de Cabelo Duro, além de fornecer serviços para outros membros do PCC. Após a constituição da KK Participações, um valor estonteante de R$ 35 milhões foi movimentado por ela e pelo irmão. O pai de Karen também é apontado como parte desse esquema de lavagem de dinheiro.
Na delegacia, a Japa do PCC refutou as alegações de que seu patrimônio seria fruto de dinheiro ilegal. Ela negou ter recebido qualquer valor de seu marido, sustentando que Cabelo Duro faleceu sem deixar nenhum bem ou quantia em dinheiro. Formada em enfermagem, Karen relatou que seu acúmulo financeiro originou-se de seu trabalho entre os anos de 2008 e 2015, quando começou a abrir negócios no setor de estética, tornando-se bem-sucedida e posteriormente vendendo essas empresas. A respeito do dinheiro encontrado por policiais, justificou não depositá-lo em bancos temendo assim ser vinculada ao crime organizado. Quanto ao Audi Q3 em nome de sua tia, alegou ser uma medida para evitar pontos em sua carteira de motorista associados a infrações de trânsito.