December 15, 2024
Amazonas Manaus

Pesquisadores utilizam pintura para destacar características de gravuras rupestres milenares reveladas pela seca do Rio Negro.

Pesquisadores utilizam pintura para destacar características de gravuras rupestres milenares reveladas pela seca do Rio Negro. Pesquisadores pintam gravuras rupestres milenares reveladas pela seca do Rio Negro em Manaus — Foto: Reprodução/Redes sociais

Pesquisadores geram polêmica ao realizar pintura em gravuras rupestres reveladas durante seca histórica em Manaus
Um grupo de pesquisadores tem recebido críticas após realizar uma intervenção em gravuras rupestres milenares recentemente expostas pela seca histórica do Rio Negro, em Manaus. Os pesquisadores, liderados pelo historiador Otoni Mesquita, utilizaram argila natural para pintar as gravuras com o intuito de ressaltar os atributos das figuras. No entanto, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) alertou que qualquer intervenção no local necessita de autorização prévia e afirmou que acionou órgãos de fiscalização para garantir a preservação das figuras históricas.

A ação dos pesquisadores gerou controvérsia nas redes sociais, com diversos internautas questionando a decisão de pintar as gravuras. Muitos expressaram preocupação com a possibilidade de danos às antigas obras de arte. Otoni Mesquita chegou a compartilhar fotos da visita ao local, mas apagou as postagens após as críticas.

Em uma nota de esclarecimento, o historiador se desculpou e afirmou que utilizou métodos aprendidos durante sua formação acadêmica para realizar o registro das gravuras. Ele ressaltou que sua intenção era evidenciar os detalhes das figuras para obter um registro fotográfico mais preciso. Mesquita também esclareceu que utilizou argila natural e um método comum em intervenções arqueológicas para ressaltar as incisões presentes nas gravuras. Apesar das explicações, os críticos continuaram questionando a necessidade da intervenção nas obras.

O caso chamou a atenção do Iphan, que divulgou uma nota alertando sobre a necessidade de autorização para intervenções em sítios arqueológicos. O instituto informou que está realizando fiscalizações na área do sítio arqueológico Ponta das Lajes e acionou outros órgãos competentes para evitar danos ao patrimônio cultural brasileiro. O Iphan ressaltou ainda que qualquer pesquisa interventiva realizada sem autorização é ilegal e passível de punição.

Enquanto isso, as gravuras continuam a ser expostas devido à seca histórica do Rio Negro. Conhecidas como “caretas”, as figuras esculpidas em paredes rochosas há mais de mil anos chamam a atenção pela semelhança com expressões humanas. O arqueólogo Jaime afirma que essas gravuras são testemunhos de ocupações antigas na região, com representações antropomorfas das civilizações pré-históricas que habitaram a área.

Diante do ocorrido, o Iphan está providenciando um Plano Emergencial para o local, incluindo a instalação de um grupo de trabalho para gestão compartilhada do sítio arqueológico. O instituto também está realizando um Plano de Ação para pesquisar e cadastrar os sítios arqueológicos no Amazonas, visando a preservação do patrimônio arqueológico da região amazônica.

Fonte: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2023/10/27/pesquisadores-fazem-pintura-em-gravuras-rupestres-milenares-reveladas-pela-seca-do-rio-negro-para-ressaltar-os-atributos.ghtml

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