June 30, 2024
Manaus

Mauro Cid pode perder benefícios da delação premiada

Mauro Cid pode perder benefícios da delação premiada Foto: divulgação

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do anterior presidente Jair Bolsonaro, enfrenta uma encruzilhada significativa na sua trajetória. A possibilidade de perder privilégios outrora assegurados por um acordo de delação premiada firmado com a Polícia Federal (PF) aparece no horizonte, sob a luz de investigações que o conectam diretamente ao ex-líder do país.

A retomada do encarceramento de Cid na passada sexta-feira, ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), seguiu imediatamente após a divulgação, pela revista Veja, de mensagens de áudio em que o militar expressa críticas à figura do ministro e ao papel da PF. Essas declarações foram interpretadas como um descumprimento das condições cautelares estabelecidas no acordo, motivo pelo qual o militar também enfrenta acusações por obstrução de justiça, permanecendo detido nas instalações da Polícia do Exército em Brasília.

Desde setembro do ano anterior, Cid havia se beneficiado da liberdade, graças ao acordo de delação que pactuou, permitindo-lhe enfrentar os processos judiciais em liberdade. Contudo, este recuo na situação desencadeou uma revisão por parte dos investigadores da PF, que agora reavaliam a manutenção dos benefícios cedidos a Cid, cuja decisão final repousa nas mãos do Supremo.

O compromisso de colaboração de Cid com a justiça foi selado após sua prisão, ligada a investigações que apuram falsificações nos certificados de vacinação contra a covid-19. Para além disso, sua colaboração abrangeu também averiguações sobre um suposto complô para um golpe de Estado, conjecturado nos altos escalões do governo de Bolsonaro.

No caso de se confirmar que Cid não honrou as obrigações assumidas perante o acordo, poderá surgir um pedido de rescisão por parte da PF, aniquilando os privilégios concedidos, embora sem invalidar a delação em si. Tal procedimento não é novidade e já foi aplicado em outros casos de grande relevância.

A respeito dos áudios mencionados pela Veja, Cid alegou ter sido compelido pela PF a incriminar episódios de que não tinha ciência ou que, alegadamente, não ocorreram. A defesa do ex-militar enquadrou as declarações como um mero desabafo, evidenciando o período turbulento por ele atravessado.

Em meio a essas turbulências, Cid foi convocado para esclarecer suas afirmações numa audiência, onde reiterou a voluntariedade da sua delação, negando ter sido pressionado pela PF ou pelo judiciário.

A situação de Mauro Cid exemplifica as complexas dinâmicas que envolvem delações premiadas e a delicada balança entre justiça e colaboração, destacando os desafios enfrentados pelos indivíduos envolvidos em tais processos.

Fonte: https://folhadesorocaba.com.br/de-volta-sorocaba-reinaugura-unidade-do-sabe-tudo-conect-apos-anos-de-inatividade/

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