Em Nova York, governador do Pará negocia créditos de carbono por quase R$ 1 bilhão
**Governador do Pará Fecha Acordo para Venda de Créditos de Carbono com Coalizão Leaf**
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), anunciou na última terça-feira (24/9), em Nova York, um acordo com a Coalizão Leaf para a compra de até 12 milhões de créditos de carbono florestal de alta integridade, gerados a partir de reduções no desmatamento no estado entre 2023 e 2026. Cada crédito representa uma tonelada métrica de emissões de carbono reduzidas por meio de cortes no desmatamento e será vendido por US$ 15 por tonelada.
### COP30 em Belém do Pará
Belém do Pará será sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em novembro de 2025. Helder Barbalho está nos Estados Unidos para participar da Semana do Clima de Nova York, um evento paralelo à Assembleia Geral das Nações Unidas.
### Detalhes do Contrato
O crédito está sendo adquirido pela Coalizão Leaf, uma iniciativa internacional que envolve grandes corporações e os governos da Noruega, Reino Unido, Estados Unidos e República da Coreia. A coalizão visa fornecer financiamento para apoiar os governos florestais e comunidades locais em seus esforços de redução do desmatamento e degradação florestal.
Os compradores assumiram o compromisso de adquirir 5 milhões de créditos de emissões reduzidas. O acordo oferece mais 7 milhões de créditos para compradores corporativos adicionais, com a Emergent esperando uma forte demanda. O acordo é sustentado por garantias dos governos da Noruega, Reino Unido e Estados Unidos, cobrindo uma parte dos volumes de créditos.
O contrato, conhecido como Contrato de Compra e Venda de Reduções Certificadas de Emissão (Erpa, na sigla em inglês), é um acordo de compra e venda futura de emissões reduzidas, popularmente conhecidos como créditos de carbono jurisdicionais.
Entre os compradores estão Amazon, Bayer, BCG, Capgemini, H&M Group, Fundação Walmart e os governos da Noruega, Reino Unido e EUA.
### Utilização dos Recursos
Essa captação de recursos ocorre no mercado voluntário e será utilizada a partir de 2025 para financiar programas que visam reduzir ainda mais o desmatamento e apoiar os modos de vida dos povos tradicionais e o desenvolvimento sustentável, segundo o governo do Pará.
Esses programas compartilharão os benefícios econômicos de forma equitativa com povos indígenas, quilombolas, comunidades extrativistas e agricultores familiares na linha de frente da luta contra o desmatamento.
A proposta é “apoiar aqueles que preservam a Amazônia e garantir que essa renda seja uma oportunidade de desenvolvimento social”, declarou o governador ao Metrópoles.
A parte destinada ao governo estadual deve obrigatoriamente financiar ações contínuas de redução de desmatamento. “Portanto, a parte que couber ao governo não pode ser usada de forma irrestrita em qualquer agenda. Continuará sendo para financiar a bioeconomia, combater ilegalidades ambientais, desmatamento e garimpo ilegal, atuando para mudar a relação com o meio ambiente no estado”, explicou Barbalho.
