Corregedoria da PF suspende ex-superintendente no Amazonas por ‘deslealdade’ a ex-diretor-geral
Foto: divulgação
A Corregedoria da Polícia Federal decidiu aplicar uma suspensão de 31 dias ao delegado Alexandre Saraiva, anteriormente superintendente regional no Amazonas, diante de acusações de ter agido de maneira desleal à instituição. Segundo o órgão, Saraiva tentou prejudicar a imagem do então diretor-geral, Paulo Maiurino, através de acusações severas feitas publicamente em 2021, incluindo críticas diretas e questionamentos a ações da direção.
Saraiva, por sua vez, optou por não comentar a decisão. Contudo, foi apurado que a sua defesa planeja entrar com recurso. Em sua defesa, Saraiva alegou estar sendo censurado e se posicionou como alvo de uma tentativa de “matar o mensageiro”.
O ex-superintendente também enfrentou questionamentos por ter levado ao Supremo Tribunal Federal uma notícia-crime contra Ricardo Salles, o ex-ministro do Meio Ambiente do Governo Bolsonaro, atitude esta que configurou, segundo a Corregedoria, uma violação das normas disciplinares e do dever funcional.
A realização desse processo disciplinar iniciou-se ainda durante a gestão de Bolsonaro, e a sanção contra Saraiva decorre de sua atitude de notificar a Corregedoria sobre Paulo Maiurino sem antes informar seus superiores, contrariando normas de hierarquia e disciplina, bem como desrespeitando o regime jurídico dos servidores públicos federais.
Além disso, Saraiva criticou abertamente ex-diretores gerais e mencionou episódios que envolveram viagens e negociações imobiliárias, mas, apesar dessas alegações, ele não foi condenado por danos morais pelo Judiciário do Distrito Federal, um ponto fortalecido em sua defesa junto à Corregedoria da PF.
Na defesa apresentada à Corregedoria durante a etapa conclusiva do procedimento, Saraiva expressou descontentamento pelo fato do processo não ser conduzido pela Corregedoria Regional no Rio de Janeiro, onde os factos subjacentes teriam ocorrido. Ele comparou sua situação à anulação das condenações de Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato, indicando-se como vítima de lawfare e denunciando o dano à imagem da PF em meio às turbulências políticas, negando ser o responsável pelo prejuízo à reputação da instituição.
Dessa forma, enquanto Saraiva se defende dessas acusações, o desdobramento deste caso ainda aguarda conclusão, destacando as nuances e desafios dentro da própria estrutura da Polícia Federal.
